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Professor Francisco Carlos solicita que Hospital Psiquiátrico receba nome do médico Milton Marques de Medeiros

Por Jocifran Moura

O Professor Francisco Carlos apresentou na Câmara Municipal de Mossoró um projeto de lei na qual solicita que o Hospital Psiquiátrico Municipal passe a ser chamado de Milton Marques de Medeiros. A iniciativa é um reconhecimento pela dedicação e trabalho de Milton Marques na área da psiquiatria em Mossoró, em especial pelo trabalho no Hospital São Camilo de Lellis, fundado em 1º de junho de 1969 e Municipalizado em 1 de abril de 2007. A indicação do Professor será votada pelos demais vereadores e caso seja aprovada o Hospital Municipal São Camilo de Lellis passará a ser chamado Milton Marques de Medeiros.

MILTON MARQUES DE MEDEIROS

Natural de Upanema, Milton Marques de Medeiros, nasceu no dia 09 de julho de 1940. Filho do tabelião Francisco Marques de Medeiros e da dona de casa Luíza Freire de Medeiros, tinha três irmãos: Manuel Marques de Medeiros, Mário Marques de Medeiros e Mirtes Marques de Medeiros. O menino do Poré, como era também carinhosamente chamado pelos mais próximos, era o filho mais novo em um lar permeado pelo afeto. Milton perdeu o pai aos quatro anos de idade. Aos seis anos de idade veio para Mossoró para estudar. Aqui, morou com dona Ana Bezerra, sua tia, seu né bezerra e os 12 filhos do casal, que o receberam como um irmão. Com a partida precoce do pai, Mário, o irmão mais velho, tornou-se o grande incentivador do jovem Milton. Acreditava no potencial dele e o incentivava para que buscasse sempre aprender.

Estudou no centenário Colégio Diocesano Santa Luzia, onde concluiu o segundo científico. Sábio, Milton Marques era grato pelos ensinamentos repassados pelos mestres que passaram pela sua vida. Para realizar o sonho de cursar medicina seguiu para João Pessoa, aos vinte e dois anos. Lá foi acolhido pela família leite. Ingressou na Universidade Federal da Paraíba em 1964. Em 1968 foi para São Paulo fazer residência médica em psiquiatria, na USP. Ao retornar para Mossoró, casou-se, em 30 de dezembro de 1969, com Zilene Conceição Cabral Freire de Medeiros, com quem teve quatro filhas: Stella Maris Marques Freire de Medeiros, Camilla Maroni Marques Freire de Medeiros, Cibelle Cinara Marques de Medeiros Figueiredo e Talliana Mirelle Marques Freire de Medeiros Sena. Filhas que lhe deram oito netos.

Em 1970 Milton Marques iniciou a carreira docente na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, onde também iniciou o curso de direito, formando-se em 1975. Sua trajetória na academia foi marcada pelo brilhantismo em sala de aula. Destacou-se ministrando disciplinas nas faculdades de medicina, direito e enfermagem. Formou centenas de grandes profissionais que passaram pelos bancos da UERN. Mas a sua abordagem humanista, conhecimento e os exemplos de dignidade acompanhados da fala serena eram marcas registradas do professor, como ele gostava de ser tratado. Em 1973, recebeu o título de cidadão mossoroense, e em mais sete cidades do Estado do Rio Grande do Norte. Além da casa de saúde São Camilo, Milton Marques empreendeu por diferentes segmentos do mercado econômico e da comunicação.

No início na década de 1980 fundou a rádio princesa do vale, em Assu e a partir daí investiu nesse setor em sociedade com o ex-governador Tarcísio de Vasconcelos Maia. Além de Mossoró (com a rádio libertadora), chegou a fundar emissoras nas cidades de, Currais Novos, Nova cruz e Santa Cruz, tendo sido acionista das Rádios de Caicó, Pau dos Ferros e Macau. Participou também do grupo Tropical, na capital do estado. Avesso ao interesse político dentro da informação, Milton Marques desfez as sociedades e manteve-se à frente apenas da Rádio Princesa, no Vale do Açu. No final dos anos 80 fundou a granja São Camilo e em 1991 voltou o olhar empreendedor para uma grande potencialidade de nossa região e fundou a Salina São Camilo. Empreendimento que é destaque no setor salineiro potiguar. Sua capacidade administrativa sobressaía e foi convidado a atuar no serviço público como presidente do Instituto de Previdência do Estado, e ainda como gestor do instituto nacional de assistência médica da previdência social, o antigo INAMPS.

No final dos anos 90, paralelo à sua atuação docente e empreendedora, Milton Marques acreditou mais uma vez na vanguarda da cidade de Mossoró e iniciou o planejamento para fundar a TV Cabo Mossoró. O governo federal abriu a concessão para o serviço de tv por assinatura e o empresário foi o vencedor do leilão. A TCM nasceu em 2002 e dentro desse complexo de comunicação surgiram os demais serviços do grupo: o canal 10, a internet banda larga e a produtora. No mesmo ano do surgimento da TCM, Milton Marques apostava na região do Vale do Apodi. Fundou a rádio Vale do Apodi em junho de 2002. Uma emissora que também carrega no DNA as características do empreendedor e que recentemente passou a operar em frequência modulada.

Apesar de toda a veia empreendedora, Milton Marques de Medeiros nunca deu menos atenção à atividade acadêmica. Produzia conhecimento e dedicava-se à universidade do estado. Foi um dos que ajudaram a fundar a faculdade de ciências da saúde e foi seu primeiro diretor. Em 2005 foi eleito reitor da UERN e reeleito em 2009 com mais de 70% dos votos, tendo duas gestões marcadas por importantes conquistas para os servidores da universidade e pela ampliação do quadro de concursados da instituição, além do crescimento em infraestrutura e qualidade de ensino com a capacitação docente.

Em 2009, Milton Marques decidiu investir novamente na radiofonia de Mossoró. Adquiriu a 95fm, emissora que já operava na capital do oeste, e que passou a integrar o grupo TCM de comunicação. Sob o comando do empresário, a rádio que tinha uma audiência modesta, conquistou seu espaço na região e alcançou a liderança isolada em todos os horários da programação. Um empreendedor visionário. Um profissional comprometido com o servir. Um ser humano diferenciado por seu altruísmo e capacidade intelectual. Durante 15 anos assinou uma coluna no jornal gazeta do oeste, em que trazia suas impressões e comentários sempre lúcidos sobre os mais variados temas. Publicou quatro livros e concluiu a Trilogia Dejà Vu. Nesse universo, Milton Marques de Medeiros integrou as mais conceituadas associações e entidades. Foi venerável mestre da loja Maçônica 24 de junho. Foi membro da academia maçônica de letras do Rio Grande do Norte (AMLERN), foi sócio-fundador da Academia de Ciências Jurídicas e Sociais de Mossoró (ACJUS). Integrou o Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP). Membro da Associação dos Escritores Mossoroenses (ASCRIM), da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e imortal da Academia Mossoroense de Letras.

Faleceu no dia 22 de abril de 2017, na cidade de Fortaleza/CE. Um homem à frente de seu tempo que assinalou sua marca por onde passou fazendo prosperar empreendimentos e contribuindo para a formação de todos que puderam conviver com ele. Um ser humano que se dedicava a servir. Que apesar de todos os títulos, prestígio, conhecimento e capacidade, tinha a humildade como a maior virtude.

Foto: Internet

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